sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Capítulo 3 – Últimos dias

Avisei minha mãe e convidei Mel, ela disse que não, porque queria tomar um pouco de sol. Sabia que não era esse o motivo, ela queria nos deixar a sós. Que linda ela!
Ele me levou pra ver o mar, e eu fiquei encantada.
-Que lindo, não é? – eu disse, maravilhada.
-Mais que você? Não.
-Seu bobo! – disse isso e o beijei, e nós ficamos lá, nos beijando, com aquela linda paisagem.
Depois disso ele foi me levar para ver a jacuzzi, e como estava vazia, nós entramos e ficamos lá, trocando beijos e carinhos.
Voltamos (de mãos dadas) para o lugar onde nossos pais estavam, e minha mãe disse:
-Hmmmmm, de mãos dadas? Que bonitinho o casal.
-Ai mãe, para com isso! – eu ri, ruborizada.
Ouvi Sara rir enquanto eu olhava para baixo, envergonhada.
Eu estava me sentindo cansada, não sei porque, estava sonolenta, e avisei minha mãe que iria subir. Felipe fez questão de me levar até lá, e assim o fez.
Ele entrou e se deitou comigo, e eu fiquei abraçada com ele, de “conchinha”. Eu peguei no sono, e quando acordei, minha mãe estava se arrumando:
-Filha, vai ter uma apresentação de dança hoje, e nós vamos ver. Depois vocês vão querer ir na danceteria, só vá agora se quiser.
Eu preferi não ir, então liguei no celular de Felipe, e pedi pra ele vir para a minha cabine.
Ele veio, e a gente ficou conversando, falando sobre nossas vidas, e que essa noite vai ter que ser inesquecível. 
E então nós vimos que já estava ficando tarde e que já estava na hora de me arrumar. Felipe disse que voltaria pra sua cabine pra se arrumar também, e viria aqui me pegar para irmos juntos. Fui tomar meu banho, e enquanto me arrumava ficava pensando quando nós fossemos embora do navio, e tudo voltaria naquela rotina irritante do dia-a-dia. Tudo ficaria mais fácil com Felipe.
Me produzi bem, pra tornar a noite ainda mais inesquecível. Quando eram 20h, Felipe bateu na porta da cabine, e eu fui abri. Ele me deu um selinho e me abraçou.
-Nossa, como você está linda! – disse ele, eu corei.
-Imagine, você é que está, amor. – ele sorriu e pegou na minha mão.
-Então já está pronta?
-Sim, vamos?
-Vamos. Eu já estou com fome, sinceramente.
Eu concordei e ri.
Como o restaurante já estava fechado por causa do horário, nós fomos para o Buffet, e comemos por lá mesmo.
Estava uma noite linda, uma brisa leve, o céu cheinho de estrelas, e a lua estava maravilhosa. Acho que era tudo pra tornar a noite mais bonita, para a nossa última noite juntos. Eu estava tentando pensar positivo, que nós iríamos nos encontrar em breve, até porque moramos na mesma cidade. Mas São Paulo é tão grande que me deixava sem expectativas.
Mas mesmo assim, tinha de ser inesquecível. Estava tudo tão lindo, queria que nunca acabasse.
Ele me levou para andar e ver o mar, e sempre com os braços envolvendo minha cintura. Do nada, ele me parou e me encostou na grade do navio, ainda com as mãos em minha cintura. Meu cabelo balançava, e ele o colocou atrás da minha orelha.
-Eu tenho uma coisa pra você lembrar de mim – ele disse.
-Uai, não preciso de nada pra lembrar de você – falei e dei um selinho nele. – Você já está em todos os meus pensamentos.
-Mas eu quero dar. Posso? – ele sorriu.
 Eu sacudi a cabeça positivamente, e ele tirou do bolso uma caixinha de veludo, e a abriu. De lá, ele puxou uma pulseira prateada, com um pingente da letra “F”, com um pingente de coração ao lado e do outro lado um pingente com a letra “M”.
-Seria pra ficar tipo “Felipe ama Malu”, entendeu o trocadilho? – ele falou e nós rimos.
-Mas onde conseguiu isso? - eu perguntei.
-Aqui mesmo no navio, tem umas lojinhas assim. Eu quis comprar.
Eu estendi meu braço para ele colocar a pulseira, ele assim o fez, e por fim beijou minha mão. Eu o abracei, e me aninhei em seu peito, já com saudades.
Nunca em minha vida 4 dias passaram-se tão rápidos quanto esses.
Eu procurei não deixar nenhum espaço entre nós. Pensei que estava até o sufocando, por estar tão agarrada a ele. Queria permanecer agarrada nele, até a hora de partimos. Eu precisava dele perto de mim.
Quando ele olhou no relógio, já era 00:45, e tínhamos menos de 12 horas para ficarmos juntos. Isso era demais para mim.
 Do nada, senti algo molhando meu rosto. Eu estava chorando, sem perceber. Sem raciocinar, me entreguei a emoção, e comecei a chorar alto, quase esperniar.
-O que foi, amor? – perguntou Felipe assustado com meu ataque de choro súbito.
-Eu não vou suportar ficar longe de você, Felipe.
-Não, não pense nisso, pense no agora, nós estamos juntos! – ele tentou me consolar, mas o choro me consumia, a tristeza de repente invadiu minha alma, e tomou conta de mim.
Eu me agarrei mais ainda a ele. Eu estava quase o esmagando, mas ele não reagia. Meu rosto estava enterrado em seu peito.
-Quer ir na danceteria? Assim você se distrai e esquece um pouco disso, amor. – ele sugeriu, mas eu logo tratei de recusar.
 -Não, não quero nada, eu quero você, só você.
Felipe me deu um beijo na testa e me levou para sentar em alguma cadeira por aí. Nós sentamos e eu me acalmei um pouco.
-Eu não vou sobreviver sem você, Felipe. – eu disse quando estava mais calma.
-Vai, vai sim. A gente ainda vai se ver, não fica assim, Malu. – ele tentou me consolar, mas não deu. Eu só queria chorar, mas me controlei.
Ele ficou beijando e me fazendo carinhos. Eu por fim me acalmei, e começou a me dar sono. Apaguei.












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