sexta-feira, 24 de setembro de 2010

* pra cansar um pouco, quando eu for encerrar por hj, eu aviso vii loureiroo 1ª leitora :*

Ai, fica aí vai. A tarde a gente se fala. Teu outro amorzinho tá lá sentado ó, esperando você. Vai lá.
-Você que não me deixe falando sozinha!
-Qualquer hora eu te dou um beijo bem dado, na frente dele. Quero ver o que tu fala pra ele depois.
-Para vai.
-Tá duvidando é? Olha que eu te pego de jeito, a hora que você menos espera...
O sinal nos interrompeu. Graças a Deus. Não queria sair no tapa com Guilherme em pleno pátio.
Voltamos pra aula, e eu não via Guilherme. Imbecil, matou a porcaria da aula.
As aulas passaram rápido. Eu estava descendo as escadas, quando meu celular tocou. Era minha mãe, pedindo para eu ir de ônibus, pois ela estaria muito apertada no serviço, e não ia poder me buscar na escola. Não gostei muito da idéia, mas se não fosse de ônibus, ia como? Enfim, fui subindo a rua, e vi um garoto puxando o outro pelo braço na esquina. Fiquei preocupada.
Reconheci os dois garotos. Ah não. Ai meu Deus. Na hora, não fiz nada além de gritar. Soltei um berro, que até me assustei comigo mesma. Felipe e Guilherme, brigando, à socos, tapas, chutes, e tudo.
Eu na hora apenas corri, e tentei separar os dois. Em vão.
-Pelo amor de Deus, parem!
Eu chorava e gritava, fiquei sem ação. Fiquei com medo também de ser atingida. Aquela briga não estava brincadeira, eles estavam sangrando muito. E então, uma hora Guilherme jogou Felipe no chão com uma voadora, e ele caiu.
Eu apenas chorava e gritava. Felipe ainda não estava desacordado, e eu não sabia a quem socorrer. A boca de Guilherme estava sangrando, e a de Felipe também.
-Pelo amor de Deus Guilherme, o que você tá tentando fazer? – eu esperneava.
-Apagar esse Felipe, eu disse que não quero ele na tua vida.
Eu ajoelhei no chão e chorava, chorava muito. Depois disso, não vi mais nada.

Capítulo 8 – Dor

Acordei na minha cama, com minha mãe me dando leves tapinhas para eu acordar, acredito.
Estava zonza. Encarei o teto, e reconheci meu quarto.
-Filha, me diz, o que está acontecendo, pelo amor de Deus? – minha mãe disse, quase chorando.
Será que minha mãe viu toda aquela cena? Não conseguia tirar a imagem dos dois se batendo da minha cabeça.
-Mãe, eu não sei o que te dizer...
-Me diga Malu, pelo amor de Deus. Estou preocupada!


Capítulo 8 – Dor

Acordei na minha cama, com minha mãe me dando leves tapinhas para eu acordar, acredito.
Estava zonza. Encarei o teto, e reconheci meu quarto.
-Filha, me diz, o que está acontecendo, pelo amor de Deus? – minha mãe disse, quase chorando.
Será que minha mãe viu toda aquela cena? Não conseguia tirar a imagem dos dois se batendo da minha cabeça.
-Mãe, eu não sei o que te dizer...
-Me diga Malu, pelo amor de Deus. Estou preocupada!
-Mãe, é uma longa história.
-Me conte.
-Eu gosto de dois garotos ao mesmo tempo. Você ficou sabendo que o Felipe mudou para a rua de trás, né? – ela balançou a cabeça positivamente quando eu questionei. – Pois então, quando voltei para as aulas, conheci um garoto novo e me apaixonei por ele. Só que ele não suporta a idéia de eu gostar também o Felipe.
-Mas você está com os dois, Maria Luísa?
-Não, não estou, mãe. Apenas amo os dois.
Ai meu amor, o que podemos fazer agora?
-Eu não sei mãe. – e não teve jeito, comecei a chorar novamente. Quem vê pensa que eu gosto de sofrer. Antes fosse apenas gostar, sem ter motivos.
-Filha, desculpa a mamãe? Eu realmente preciso voltar ao trabalho. Coitado, seu pai também ficou super preocupado, mas agora que você já está bem, vou ligar pra ele e dizer pra ele se despreocupar. Beijo filha, fique bem, quando a mamãe voltar, ela tenta te ajudar ok? – ela deu um beijo na minha testa e se foi.
Então, me senti na obrigação de ligar para Felipe, e assim o fiz. Eu liguei em seu celular, e depois de muito chamar, ele finalmente atendeu:
-Alô? – sua voz era abatida e triste. Como eu queria me matar, meu Deus!
-Felipe? – eu disse, já chorando um oceano.
-Malu. Como você está, minha linda?
-Eu estou bem, estou ótima fisicamente. Mas sou eu quem devo fazer essa pergunta a você. Está muito machucado, Fe?
-Nem tanto. Só levei ponto e cima do olho e fraturei o nariz. Mas nada de tão grave. Só isso.
-Só isso, Felipe? SÓ ISSO? Eu nunca vou me perdoar por isso...
Mas não foi você. Foi ele.
-Mas a culpa é minha por amar ele e você ao mesmo tempo. Sempre soube que ele não ia aceitar, mas não tinha passado por minha cabeça que ele chegaria a este ponto. Eu me odeio!
-Fique bem meu amor. Agora minha mãe vai me dar comida, depois te ligo, ok? Beijos, te amo!
-Também te amo.
Eu desliguei e passei a noite chorando. O idiota e insensível do Guilherme nem me ligou, e de manhã quando acordei, não tinha chamada perdida. Guilherme estava pouco se lixando se eu estava viva ou morta. Porque eu tenho que amar tanto esse infeliz?
Não estava com pique para escola na sexta-feira, e como não tinha nenhuma prova nem revisão, minha mãe disse que eu poderia faltar.
Ela chegou para me dar almoço, eu comi (mesmo sem nenhum apetite) e subi para ligar para Felipe.
Eu liguei, liguei e liguei, mas ninguém atendeu. Fiquei um pouco preocupada, mas tenho que me convencer que Felipe não estaria disponível para mim o dia inteiro. Então deixei para mais tarde, talvez ele estivesse almoçando.
Minha mãe subiu para me dar tchau, e eu fiquei lá em cima, deitada e pensando na minha vida desgracenta, e me odiando cada vez mais.
A campainha tocou. Fui atender, e era o filho da mãe mais lindo do mundo.
-Oi.
-Como você tem a cara-de-pau, de chegar na minha casa do nada depois de tudo que me fez?
Ele me olhava e não me respondia. Odeio quando ele faz isso! Só me deixa mais nervosa.
-Não me ligou, não quis saber de nada. Nem tava ligando se eu estava viva ou morta. Me poupe Guilherme.
-Mas então, não vai me convidar para entrar?
-NÃO! – quase berrei.
Olhei pra ele fixamente, me corroendo de raiva.
-Entra logo nessa porcaria de casa! – eu grunhi.
Ele foi entrando e sentando no sofá, todo saltitante. Idiota.
Eu sentei ao lado dele, e ele pegou em minhas mãos. Aaaah, agora tá querendo bancar o meiguinho?
-Você sabe que eu fiz isso por que te amo.
-Que amor é esse? Se sabe que vai me deixar triste, que vai me ferir.
-Precisa falar desse jeito comigo? Sabe que é assim que eu me revolto e bebo e fumo...
-Ai, nem vem, Guilherme! Você bebe e fuma que nem condenado bem antes de eu te conhecer.
-Não importa. Você sabe que foi tudo por amor.
Cruzei os braços e fiquei fitando o nada.
-Me perdoa? – ele olhou pra mim com cara de anjo. E eu o olhei, e derreti. Ele me tem como ninguém.
O agarrei e dei um beijo longo e demorado.
Ele sabe que com aqueles truques ele me ganhava facinho, facinho, e os aplicava em momentos de fraqueza. Aí eu caía, porque eu sou mesmo uma idiota. Ele também sabe que eu só não vou pro céu, porque com ele não tenho limites. Ele me tem quando quer, onde quer, como quer.
-Vai pedir desculpas pra ele? – eu perguntei, com a mesma cara de anjo. Sabia que não iria funcionar. A única boba e inocente nessa história era eu.
-Ele quem?
-Pro Felipe, dãrt!
-Tá louca?
Ai. Vou ter que enfrentar a fera de novo.
-Guilherme, você me ama?
-Quantas vezes vou ter que te dizer que sim?
Grosso. Otário. Eu te amo. Seu otário.
-Quanto você me ama?
-Só um pouquinho. O resto de amor é pra maconha.
-Como você é engraçadinho.
Ele riu, e eu permaneci séria.
-Brincadeira. Eu te amo muito.
-Então, se você me ama muito, promete que vai pedir desculpas pro Felipe?
-Não.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, seu filho da mãe!
-Porque, Guilherme?
-Porque eu não dou o braço a torcer, nunca!
-Disso eu sei.
Ele sorriu, e isso me irritou profundamente.
Eu fui me rastejando do outro lado do sofá. Cruzei as pernas, e fingi o ignorar.
Percebi que ele me olhava as vezes, mas permaneci quieta, no meu lugar. Fingi não notar a presença dele.
E então ele começou a se aproximar de mim, querendo me tocar, aí eu levantei. Pela primeira vez resisti ao toque de Guilherme. Estava me sentindo a pessoa mais forte e resistente do mundo.
Fui sentar no outro sofá, e fingi o ignorar novamente. Ele levantou e se sentou ao meu lado, e quis me beijar. Eu virei a cara.
-Que que é agora? – ele perguntou. Era esse tipo de reação que eu esperava.
-Você não vai me tocar enquanto não jurar a mim que vai pedir desculpas pro Felipe.
-O que?
-É isso mesmo que você ouviu.- eu sorri, triunfante.
-Ok, então eu to indo.
-Então vai!
Ele levantou e hesitou. E então ele foi. Ele é mesmo um idiota.
Eu subi e liguei pra Felipe. Nós conversamos e ele disse que estava tudo bem
Passei o fim de semana totalmente desconectada: não entrei na internet, não liguei pra ninguém e ninguém me ligou. Inclusive aquele idiota do Guilherme. Nem o Felipe me ligou. Foi um fim de semana longo.
Segunda chegou e eu tive que ir pra escola.
Cheguei e sentei em qualquer lugar.
Não dei a olhada geral na sala, estava com vergonha. Também não sei porque.
As aulas passaram rápido. Quando vi já estava na hora de ir embora.
Desci e senti alguém me cutucar. Era Felipe.
-Oi! – ele disse, todo meigo. Que saudades deste sorriso!
-Oi Fe. Como você tá? -Com saudades suas. Saudades do seu beijo.
Eu sorri, e olhei para baixo, fitando o chão. Fiquei lembrando de como sentia o mesmo que Felipe.
Dei um beijo em seu rosto e falei que tinha que ir.
Voltei para a casa e fiquei pensando em minha vida. Pensava em como amava Felipe, e em como necessitava de Guilherme.
O tempo passou bem rápido, e quando vi já era terça-feira.
Lembrando que Guilherme não foi falar comigo, não me ligou nem nada do tipo. Estava morrendo de saudades dele. Mas vou bancar a orgulhosa, vou fazer o jogo dele. Quem sabe assim ele pensa melhor e volta atrás. Se é que aquela criatura é capaz de pensar.
aquela criatura é capaz de pensar.
No fim da tarde de terça, meu celular tocou. Era Felipe.
-Alô, Malu? – sua voz era calma.
-Sim?
-É o Felipe.
-Oi amor. Tudo bem?
-Tudo sim, e contigo? – ele parecia feliz. Fico feliz por ele não estar sofrendo como eu. Não quero isso nem pro meu pior inimigo.
-Tudo ótimo.
-Que bom. Então, queria te avisar: vou viajar e só volto no domingo.
-Sério?
-Sim, vou pra Fortaleza. Meu pai vai trabalhar por lá, e minha mãe achou melhor acompanhá-lo.
-Está tudo bem então. Vou sentir saudades, meu lindo.
-Eu também! Mas tenho que ir, vou arrumar minhas malas. Beijo, amo você!
-Beijo, Fe!
Realmente, sentirei saudades dele. De sua preocupação, doçura, compreensão.
Mas enfim, Guilherme ainda não tinha dado sinal de vida. Eu também parei de me importar. A hora que ele quiser falar comigo, que venha! Eu apena não vou mais dar meu braço a torcer. Se ele quer bancar o indiferente, ótimo, bancaremos nós dois. Já corri muito atrás. Se ele realmente me ama, que venha falar comigo agora.
E então, na quarta-feira me despedi de Felipe na escola. Voltei pra casa e almocei como todos os dias. Subi pro meu quarto e fiz minhas tarefas. Do nada, toca a campainha. Eu sabia que era Guilherme. Desci e fui atender. E era mesmo ele.
-Apareceu o bonito agora, né?
Ele deu um sorriso torto, e me puxou pela cintura, para me beijar daquele jeito.
-Quer me matar do coração?
-Não. Quero te convidar pra sair comigo essa noite.
Parei um pouco e pensei. Ainda me sentia mal por sair com Guilherme por causa de Felipe. Eu o amava o bastante pra me sentir uma traidora.
-Eu aceito.
-Passo aqui as 19:00h, beleza?
-Fico te esperando aqui.
E então ele se foi. Eu esperei minha mãe chegar para pedir a ela, e ela deixou.

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