sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Capítulo 4 - Indo pra casa

Acordei com minha mãe me chamando, minhas malas já arrumadas, e um sol forte lá fora. Meus olhos fechavam por causa da luz do sol que batia em mim. Acordei querendo me matar. Como pude dormir e não aproveitar a noite com ele?. Estava me sentindo uma idiota, uma inútil. Meu Deus, estava prestes a me jogar daquele navio! Como uma pessoa pode dormir num momento especial daqueles? Eu vou me odiar pra sempre.
Minha mãe disse que tomaríamos café lá em cima, e assim fizemos.
Nós três subimos e tomamos nosso café da manhã. Meus olhos já estavam cheio de lágrimas. Eu tentava disfarçar, mas pai é pai.
-Filha, porque está tristinha desse jeito? – meu pai disse, afagando meu ombro.
-Nada pai, fique bem. – eu disse, sem animação nenhuma para falar.
Eu tomei apenas um iogurte, e depois de alguns minutos, fomos sentar perto da piscina. Estava com todas as minhas coisas na mão. Estava demorando muito, e eu não via nem sinais do Felipe em todo o lugar em que olhava. Nem a mãe, nem o pai e nem a irmã dele.
Quando olhei pra porta do Buffet, vi Felipe saindo de lá, com uma cara abatida, assim como a minha.
Larguei tudo que estava segurando, e saí correndo em direção do meu Felipe.
Ignorei o grito de “Maria Luísa, tá louca?” que minha mãe deu enquanto eu corria, e quando alcancei meu Felipe, pulei em seu pescoço, prendendo-me a ele.
Ele me abraçou, e começou a rir. Eu beijei todos os lugares possíveis de Felipe, e vi que haviam lágrimas em seus olhos também. 
Ele me deu um beijo longo ali mesmo, na porta do Buffet. Eu o agarrei com todas as minhas forças possíveis.
Levei-o comigo para onde eu e minha família estávamos sentados, e a família dele nos seguiu. Nós sentamos lá, e nossas famílias ficaram conversando, enquanto eu chorava que nem uma condenada, e ele tentava me acalmar.
-Vai ficar tudo bem. – era isso que Felipe insistia em dizer. Sabia que ele também não estava agüentando de tristeza, eu percebia isso em seu olhar também abatido. Ele me passou seu e-mail, telefone, celular e tudo que tinha direito. Não ia suportar ficar sem ele.
Então, depois de esperamos por horas (ainda bem, mas tempo para eu e meu Felipe ficarmos juntos), nos orientaram para sairmos do navio com segurança, e chegamos em terra firme finalmente.
-Felipe, só não se esqueça que meu amor por você é maior que o mundo.
-Malu, eu te amo muito muito muito, mais que tudo. Não se esqueça de mim, nunca! – ele também estava chorando.
Ele me beijou ternamente no meio da multidão, e então ele se foi.
Minha dor era sem tamanho. Entrei no carro e chorava de soluçar. Até que caí no sono. Sonhei com nós dois no navio, nos beijando.
Quando acordei, estava deitada em minha cama, no meu quarto. Era um domingo, e no relógio marcava 16:15h.
A porta do meu quarto bateu, e eu soltei um “entre” desanimado.
Minha mãe entrou, e se sentou na cama, ao meu lado.
-Filha, não fique assim! Vocês ainda vão se encontrar. – ela disse, e afagou meu ombro.
Não tinha palavras. Apenas abracei minha mãe, e chorei em seus braços. 
Minha mãe também não sabia o que fazer para me consolar.
Que bom que amanhã já era férias, e que não tinha mais que ir a escola. Estava sem cabeça pra isso.
Falei muito pouco com Ester (minha melhor amiga), pois ela viajou as férias inteiras.
O tempo passou rápido, as férias praticamente voaram, e logo voltaram as aulas.

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