sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Cla obrigaada pela suas idéias e pela sua inspiração :*

Capítulo 10 – Susto
Não podia negar que estava preocupada com Guilherme. Ele estava a cada dia se destruindo mais. Ele se droga muito e frequentemente.
Subi para o meu quarto e decidi abrir a varanda. Há tempos não fazia isso.
Quando ia na varanda, tinha a visão da praça, que era em frente a minha casa.
E lá estavam 3 meninos, com várias garrafas e pareciam estar cheirando algo. Com certeza Guilherme estava no meio. Isso me dava um aperto no coração!
Eu só conheço o pai dele. Aliás, nem conheço direito, mas eu pelo menos já vi o pai dele na vida. Mas a mãe dele, nunca vi. O que será que ela tem na cabeça pra deixar Guilherme num caminho assim? Com certeza, ela não deve nem saber por onde o filho anda.
Me dá vontade de chegar invadindo a casa dele (que eu nem sei onde é) e brigar com a mãe dele por ter educado ele assim.
Mas enfim, hoje já é quinta-feira, e agora que eu lembrei de Felipe.
Saudades dele! Eu sinceramente não sei o que faço da minha vida. 
E quando Felipe voltar? E quando eu tiver que escolher? E quando eles brigarem de novo? E quando Guilherme tiver uma crise de overdose? E quando eu surtar?
Eu precisava tirar um tempo para pensar. De repente tudo vem pra cima de mim sem avisar, um monte de coisas acontecendo. Ainda se Guilherme fosse certo da cabeça, e não usasse drogas, seria um problema a menos pra mim. E ah, que ele fosse compreensivo, e que não queria desossar Felipe sem motivos. Porque minha vida tem que ser tão difícil?
Meus pais chegaram, nós jantamos, e meu pai me chamou para conversar:
-Filha, venha cá só um minuto. – ele disse isso e sentou no sofá. Eu sentei ao seu lado e ele começou a falar.
-Sua mãe já me falou de tudo que está acontecendo na sua vida. Queria me desculpar por seu um pai tão ausente, mas fique sabendo que eu amo você muito muito muito muito, e que só sou tão ausente porque quero te dar tudo de melhor, que eu não tive.
Eu fiquei muito emocionada, e nenhuma palavra saiu no momento. Eu o abracei, e chorei um pouco. Aliás, de uns dias pra cá, chorar já estava virando um ritual diário .q
-Obrigada pai. Eu não sou lá aquelas filhas exemplares, mas eu faço o possível. É meu destino sofrer desse jeito!
Meu pai me deu um beijo na testa e eu levantei pra ir dormir. Dei boa noite a meus pais e dormi, dessa vez mais tranqüila.
Mas no meio da noite, eu estava num labirinto, que nas paredes havia aranhas, baratas, insetos asquerosos, e no chão havia raízes que prendiam meus pés e não me deixavam seguir. E a cada passo que dava era uma luta para me livrar das raízes. Depois de muito andar e muito sofrer, achei um garoto morto, e comecei a chorar e gritar muito.  
Senti minha mãe me chacoalhando:
-Malu, pelo amor de Deus, acorda! – ela gritava, mas sua voz era bem distante.
-Mãe, ele tá morrendo! Me ajuda!
-Quem tá morto, Maria Luísa?
-É ele, é ele, me ajuda! Mãaaaaaaaaae!
Ouvi passos de “sobe e desce” pela escada, e depois tudo ficou quieto. Senti meu rosto molhado, e eu abri os olhos num impulso.
-Filha, é só um pesadelo, fique calma! 
-Mas era tão real e o Guilherme tava lá e ... - eu não sabia o que dizer! O que era aquilo, meu Deus?
Abracei forte minha mãe enquanto chorava. Ela afagou minha cabeça, e surgiu meu pai na porta do meu quarto:
-O que tá acontecendo? São 3 horas da manhã? – perguntou meu pai, com voz de preocupação.
-Nada não bem, ela só teve um pesadelo. – ela se virou para mim – Vamos dormir, filha?
Eu balancei a cabeça positivamente, e minha mãe deu um beijo na testa.
-Deus te abençoe! – ela me cobriu e se foi.
-Boa noite filha! – disse meu pai.
-Boa noite. – respondi com a voz trêmula.
Estava com frio, embora esteja suando. Peguei no sono e tive um resto de noite sem sonhos.
Acordei mal. Não fisicamente, mas tinha uma má intuição, algo ruim estaria por vir. Achei melhor esconder isso pra mim. 
Minha mãe me levou a escola, e eu cheguei atrasada. Quando fui sentar, minha bolsa escapou da minha mão e fez o maior barulho, sem contar que ela estava aberta, todos os cadernos caíram para fora. E ainda, o professor me chamou atenção pois Ester tinha me chamado pra contar as “fofocas”. O dia não tinha começado bem.
Dei a costumeira olhada geral na sala, e não vi Guilherme. Via de tudo, menos o Guilherme. Ai meu Deus.
As aulas, pela primeira vez, passaram lentamente. Tive a impressão de ter ficado por 5 horas ouvindo o professor falar e escrevendo. E então bateu o sinal do intervalo, e eu saí da sala, tentando procurar Guilherme
Não o achava em nenhum lugar. Perguntei para os amigos dele, que falaram que ele tinha faltado, mas não sabem porque.
Tomara que ele tenha matado! Nunca pensei que diria isso, mas prefiro que ele mate aula do que algo ruim acontecer com ele.
O sinal bateu rápido, e subi para a aula. Tudo passou tão devagar hoje! Que estranho. Estava tudo muito estranho hoje. O pesadelo, meus cadernos caindo, a bronca do professor, o Guilherme faltou. Tem algo de errado aqui. 


 .... Fiquem curiosas :* 

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